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MERCADO FINANCEIRO

Agro representa apenas 7% das fusões e aquisições no Brasil, mas mostra espaço para crescer

A justificativa principal para este cenário é o perfil das empresas rurais, que ainda estão juridicamente classificadas como pessoa física.

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Redação

19 de outubro de 2023

Três anos consecutivos de boas margens à agropecuária contribuíram para que o mercado de fusões e aquisições no agronegócio superasse os patamares do período anterior à pandemia. De janeiro a agosto de 2023, foram 53 M&As — sigla em inglês para Mergers and Acquisitions. Desde 2015, a média para o período é de 30 operações por ano. Ainda assim, o agro está longe de ser uma parcela considerável das movimentações no país, representando 7% das aquisições no Brasil neste ano.


De acordo com Leonardo Dell'Oso, líder da área de fusões e aquisições na PwC, a justificativa principal para este cenário é o perfil das empresas rurais, que ainda estão juridicamente classificadas como pessoa física. O embate entre CPF e CNPJ que tanto persegue a evolução do agronegócio, a exemplo de segmentos como crédito e regularização fundiária, também recai sobre a compra de controle societário entre empresas.

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Martinez & Associados

Segundo levantamento da PwC, o segmento antes da porteira --  tudo que é necessário à produção agrícola, como máquinas e sementes -- lidera os M&As, sendo responsável por 66,07% das operações. Em seguida, as outras movimentações se referem a empresas de tecnologias (16,07%), consumo (5,36%) e químicos (3,57%).


O executivo prefere olhar o copo meio cheio e enxerga que fatores como os recordes de produção e o financiamento privado devem contribuir para este número crescer. Além disso, ele observa o movimento de profissionalização dos negócios rurais. "Essa transferência de modelo de gestão para enquadrar as fazendas como empresas jurídicas deve impulsionar o movimento de aquisições no país", diz Dell'Oso.


Entraves ao investidor estrangeiro


Três fatores travam a entrada de companhias internacionais para M&As no Brasil, ainda segundo Leonardo Dell'Oso, parter da PwC. Insegurança jurídica, alta carga de impostos e complexidade fundiária. Além disso, quem vê de fora, pode "se assustar" com questões como, por exemplo, a atual discussão da reforma tributária.


"Assusta ao investidor saber que ele pode entrar em um negócio relacionado a determinada terra, e depois aquilo ser contestado. Pela lei brasileira, o estrangeiro não pode ser dono da terra aqui, mas pode operar uma parcela minoritária de uma empresa com muitos hectares. Discussões como o marco temporal e a regularização fundiária afastam quem procura investir", diz.


Por outro lado, ele ressalta que a participação das multinacionais vem sendo substituída pela atuação das companhias nacionais. "Isso sinaliza a robustez do agronegócio, que quer crescer dentro do país e mostra que não depende de capital estrangeiro, embora o investimento externo também seja importante."

Dell'Oso prefere não projetar o número de M&As no agro no ano que vem. Ao considerar todos os setores para fusão e aquisição, o ano deve fechar com 1.200 operações. Para 2024, a expectativa é de chegar a 1.500.


"Feat com a estratégia"


A Serasa Experian tem sido uma destas empresas brasileiras que aquece o mercado de M&A no cenário nacional. Atuando no agronegócio há somente dois anos, a partir de um investimento de R$ 40 milhões, a empresa busca ferramentas que facilitem a jornada do produtor rural na tomada de crédito e na gestão de risco do negócio.


Entre janeiro de 2021 e maio de 2023, a Serasa adquiriu as empresas Brain Ag e Agrosatélite, além de investir na agfintech Traive. Entre elas, a Brain cresceu 50 vezes entre 2020 e 2023, segundo Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa. Ele não revela o volume transacionado, mas afirma que a aceleração do negócio em três anos surpreendeu. Isso porque, houve "feat com a estratégia" da companhia, tanto na busca pela facilitação ao crédito quanto pela gestão de risco.

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